
Os turistas que escolheram as belas praias de Angra dos Reis (RJ) para passar o Réveillon foram surpreendidos pelo mau tempo e as intensas chuvas que ocasionaram uma grande tragédia no município. Além dos grandes deslizamentos de terra no Morro da Carioca e na enseada do Bananal, na Ilha Grande, muitas vias ficaram obstruídas causando transtorno aos visitantes.
A Estrada do Contorno, responsável pelo acesso a diversas praias, teve vários pontos interditados. Muitos que foram acompanhar a queima de fogos no centro da cidade não conseguiram retornar para suas pousadas. "Fiquei ilhado no Colégio Naval e acabamos passando a noite dentro do carro", conta Edesio Pires de Souza, morador de São Bernardo (SP). Para buscar seus pertences, ele só conseguiu ter acesso ao local pelo mar. "Eu ainda tive sorte, porque meu carro ficou no colégio. Muitos hóspedes da pousada estão presos lá, porque não há como sair dirigindo", diz.
Uma situação semelhante aconteceu com o paulistano Maurício Vilela, hospedado em uma pousada na praia do Bonfim com a esposa e mais quatro amigos. "Não havia como atravessar. A saída que encontramos foi passar a noite em um hotel simples no centro da cidade", afirma. "Angra amanheceu com sol no dia 1° e imaginávamos que seria possível atravessar o trecho. Porém, com os inúmeros deslizamentos, tivemos que ir a pé, passando por muita lama, terra, postes caídos e muitas poças de água".
A volta para casa também exigiu muita paciência. Os amigos deixaram a cidade ainda no sábado. "Dormimos numa pousada em Parati (RJ) e seguimos viagem para São Paulo às 10h de domingo. Levamos aproximadamente 14 horas. O trânsito em Ubatuba (SP) estava terrível", conta Vilela. A rodovia dos Tamoios é a única ligação entre o litoral norte e o Vale do Paraíba, já que a rodovia Osvaldo Cruz (SP-125) foi interditada em razão do transbordamento de um rio que danificou uma ponte na altura de São Luís do Paraitinga (SP).
Já a carioca Stella Barros antecipou o retorno de helicóptero. "Deixei meu carro no condomínio, pois até sábado não era possível passar. Luz, disseram que só daqui a quatro dias", conta.
De acordo com a Prefeitura de Angra dos Reis, 300 homens estão trabalhando desde a madrugada do dia 1° na desobstrução das vias do município. Além disso, dez retroescavadeiras, oito carregadeiras, três tratores e 50 caminhões auxiliam os serviços.
A estrada do Contorno já está com o tráfego liberado precariamente em meia pista, da Costeirinha até a Praia Grande. No sentido contrário, a via está livre do Encruzo da Enseada até a subida do Retiro.
Só no trecho da rodovia Rio Santos que corta a cidade, 37 barreiras cederam, segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit).
A Defesa Civil ainda não sabe informar o número extado de deslizamentos dentro do município. Equipes do órgão tiram fotos e imagens aéreas também ajudam na contabilização.
Tragédia em Angra Deslizamentos de terra causaram dezenas de mortes na madrugada do dia 1º em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. No centro de cidade, uma encosta cedeu e deslizou por cima de casas no Morro da Carioca. Na Ilha Grande, o deslizamento por conta das chuvas durante a madrugada encobriu parte da pousada de luxo Sankay, lotada de turistas, e mais sete casas, na enseada do Bananal. Cerca de 120 homens da Defesa Civil, dos Bombeiros e da Marinha participam do resgate.
Os internautas Edesio Pires de Souza, de São Bernardo do Campo (SP), Maurício Vilela, de São Paulo (SP), e Stella Barros, do Rio de Janeiro (RJ), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário