segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cidade de São Paulo tem 81% da população desabrigada ou desalojada

Com cerca de 11 mil habitantes, São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, sofre com os prejuízos causados pela enchente do rio Paraitinga. O município contabiliza até agora 5 mil desalojados e 4 mil desabrigados - aproximadamente 81% da população. A prefeita Ana Lúcia Bilard Sicherle (PSDB) afirma que os prejuízos com as chuvas no município podem chegar a R$ 100 milhões.
Como o rio baixou pelo menos 5 m, técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e da Defesa Civil estadual iniciaram vistoria nos imóveis atingidos. Um cordão de isolamento foi montado no centro histórico do município para impedir que os moradores retornem às suas casas antes da liberação do local. A vistoria é acompanhada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O governador José Serra (PSDB) esteve no domingo na cidade e prometeu ajuda do Estado na recuperação do município. O que se vê na cidade é um cenário de destruição, com escombros, automóveis e eletrodomésticos espalhados em um "mar" de lama. Da centenária igreja de São Luiz de Tolosa, restaram apenas os destroços.
"Perdi tudo. Só sobrou a roupa do corpo. Minha casa inundou até o teto e e agora está lacrada. Estou indo trabalhar de chinelo", disse Benedito Tadeu dos Santos, 53 anos, que mora perto do Mercado Municipal. Santos afirma temer que sua casa desabe. "Esse sol vai ser bom para secar a cidade, mas acho que vai trincar as paredes da minha casa", disse.
Equipes de resgate estão promovendo buscas de um homem que desapareceu no domingo após um deslizamento de terra, por volta das 12h, em uma estrada do bairro Bom Retiro, zona rural da cidade. O desaparecido tem cerca de 40 anos e trabalhava na desobstrução de uma estrada com outras três pessoas, das quais duas sofreram ferimentos leves e uma saiu ilesa. Eles ajudavam na limpeza de estradas rurais interditadas por queda de barreiras.
Segundo a prefeita de São Luiz, o tradicional Carnaval de marchinhas, que é uma das principais fontes de receita turística da cidade no início do ano, será cancelado. Durante os quatro dias de folia, São Luiz chega a receber 150 mil pessoas e passam pela cidade mais de 15 mil veículos. ´


By:Leonardo25111 e kenji

Tragédia em Angra Dos Reis



Os turistas que escolheram as belas praias de Angra dos Reis (RJ) para passar o Réveillon foram surpreendidos pelo mau tempo e as intensas chuvas que ocasionaram uma grande tragédia no município. Além dos grandes deslizamentos de terra no Morro da Carioca e na enseada do Bananal, na Ilha Grande, muitas vias ficaram obstruídas causando transtorno aos visitantes.
A Estrada do Contorno, responsável pelo acesso a diversas praias, teve vários pontos interditados. Muitos que foram acompanhar a queima de fogos no centro da cidade não conseguiram retornar para suas pousadas. "Fiquei ilhado no Colégio Naval e acabamos passando a noite dentro do carro", conta Edesio Pires de Souza, morador de São Bernardo (SP). Para buscar seus pertences, ele só conseguiu ter acesso ao local pelo mar. "Eu ainda tive sorte, porque meu carro ficou no colégio. Muitos hóspedes da pousada estão presos lá, porque não há como sair dirigindo", diz.
Uma situação semelhante aconteceu com o paulistano Maurício Vilela, hospedado em uma pousada na praia do Bonfim com a esposa e mais quatro amigos. "Não havia como atravessar. A saída que encontramos foi passar a noite em um hotel simples no centro da cidade", afirma. "Angra amanheceu com sol no dia 1° e imaginávamos que seria possível atravessar o trecho. Porém, com os inúmeros deslizamentos, tivemos que ir a pé, passando por muita lama, terra, postes caídos e muitas poças de água".
A volta para casa também exigiu muita paciência. Os amigos deixaram a cidade ainda no sábado. "Dormimos numa pousada em Parati (RJ) e seguimos viagem para São Paulo às 10h de domingo. Levamos aproximadamente 14 horas. O trânsito em Ubatuba (SP) estava terrível", conta Vilela. A rodovia dos Tamoios é a única ligação entre o litoral norte e o Vale do Paraíba, já que a rodovia Osvaldo Cruz (SP-125) foi interditada em razão do transbordamento de um rio que danificou uma ponte na altura de São Luís do Paraitinga (SP).
Já a carioca Stella Barros antecipou o retorno de helicóptero. "Deixei meu carro no condomínio, pois até sábado não era possível passar. Luz, disseram que só daqui a quatro dias", conta.
De acordo com a Prefeitura de Angra dos Reis, 300 homens estão trabalhando desde a madrugada do dia 1° na desobstrução das vias do município. Além disso, dez retroescavadeiras, oito carregadeiras, três tratores e 50 caminhões auxiliam os serviços.
A estrada do Contorno já está com o tráfego liberado precariamente em meia pista, da Costeirinha até a Praia Grande. No sentido contrário, a via está livre do Encruzo da Enseada até a subida do Retiro.
Só no trecho da rodovia Rio Santos que corta a cidade, 37 barreiras cederam, segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit).
A Defesa Civil ainda não sabe informar o número extado de deslizamentos dentro do município. Equipes do órgão tiram fotos e imagens aéreas também ajudam na contabilização.
Tragédia em Angra Deslizamentos de terra causaram dezenas de mortes na madrugada do dia 1º em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. No centro de cidade, uma encosta cedeu e deslizou por cima de casas no Morro da Carioca. Na Ilha Grande, o deslizamento por conta das chuvas durante a madrugada encobriu parte da pousada de luxo Sankay, lotada de turistas, e mais sete casas, na enseada do Bananal. Cerca de 120 homens da Defesa Civil, dos Bombeiros e da Marinha participam do resgate.
Os internautas Edesio Pires de Souza, de São Bernardo do Campo (SP), Maurício Vilela, de São Paulo (SP), e Stella Barros, do Rio de Janeiro (RJ), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.

Moradores reclamão



O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), de São Paulo, decretou às 14h40 desta segunda-feira, estado de atenção nas regiões Leste, Sudeste e Sul da capital paulista.
Segundo o CGE, hoje as temperaturas subiram rapidamente na capital paulista, e em alguns bairros chegaram a 31ºC. Em função do aquecimento e da umidade disponível na atmosfera, radares meteorológicos registraram pancadas de chuva forte na capital e grande São Paulo.
De acordo com a equipe de meteorologia do CGE, às 14h40, chovia forte sobre os bairros da Penha e Aricanduva. Na Zona Sul, a chuva era forte, sobre Capela do Socorro e Cidade Dutra, onde há potencial para queda de granizo.
Até perto das 15h também chovia forte na região noroeste de Juquitiba e oeste de São Lourenço da Serra. O deslocamento dessas formações isoladas e típicas de verão é lento, e nas próxima horas outros bairros e regiões podem ser atingidos por novas pancadas de chuva.